Estamos a viver tempos diferentes.
A ansiedade está presente nos pais e também nos filhos. E comer é muitas vezes uma forma usada por adultos e crianças para obter conforto e lidar com situações mais desafiantes.
Com o passar dos dias e das semanas, surgirá uma adaptação a este novo modelo de vida, ainda que se preveja temporário, e à medida que as famílias se integrarem e conectarem, acredito que a maioria encontrará a sua forma de equilíbrio para viver estes momentos.
Hoje, falando de alimentação quero-vos deixar algumas dicas para estas semanas e as fomes constantes, que às vezes não permitem aos pais saírem da cozinha!! Serve para todos em casa.
– Esta não é uma altura para restrições alimentares, dado a dificuldade (ainda que temporária) que pode haver na aquisição de bens alimentares, assim como de os armazenar. Ocorre-me, por exemplo, que nem todas as famílias têm um grande congelador ou mesmo frigorífico para colocar carnes/peixes/vegetais para 1 mês.
– Quanto ao ponto anterior, é claro que há pessoas que por motivos de saúde precisam de manter as suas restrições, por exemplo, os celíacos. Nesse caso, as compras devem ser feitas atendendo a essa situação.
– É importante que, mesmo em casa, haja o hábito de beber água ao longo dia, Manter uma boa hidratação é fundamental. Antes de comer bebam água para perceber se é fome ou sede.
– As refeições devem ser planeadas no sentido de incluírem boas fontes de gorduras e de proteínas, uma vez que nos permitem manter saciados mais tempo. Refeições à base de massa, arroz branco e pão podem levar a ter fome mais cedo. Então podemos valorizar o arroz, a massa, as batatas com leguminosas que são ricas em fibras, hidratos de carbono e proteínas. Assim feijões, grão de bico, lentilhas são uma opção económica, versátil, saborosa e nutritiva para estas situações. Temperar com azeite e até polvilhar com sementes de abóbora ou girassol são uma opção saciante e nutritiva.
– Falo das leguminosas, pela opção versátil que têm, mas a carne e peixe são também uma opção viável e saciante, mas que exige mais espaço de armazenamento em frio.
– O mesmo para pequeno-almoço ou até snacks. Pão ou bolachas, cereais comuns, pudins e sobremesas láteas activam ainda mais a vontade de comer doces e a “fome constante”. Não digo que são proibidos mas podem ser uma opção extra e não um snack diário e isolado.
Deixo-vos algumas ideias para pequeno-almoço e snacks:
> papas de aveia com manteiga de amendoim e fruta fresca
> pão com húmus (pasta de grão) ou pasta de cogumelos e azeitonas
> ovo cozido e húmus com palitos de cenoura
> grão de bico crocante feito no forno
> iogurte natural com fruta e nozes
> omelete de espinafres
> maionese de feijão branco com massa
> sopas com feijão ou grão
> hambúrgueres de feijão ou lentilhas
> ovos escalfados com ervilhas
> Tremoços
Aproveitem estes tempos, de mais tempo em casa, para se cuidarem, para fazerem refeições com calma, para cozinharem juntos, implementarem a hora do chá das cinco com um chá e uma história, momentos de dança, que tal uma musica disco para dançarem todos? É possível comer bem e manterem-se activos, ainda que em casa, cuidando de todos para sairmos ainda mais fortes deste grande desafio que une!