A alimentação que fazemos é assim tão importante?
A alimentação é assim tão importante para a nossa saúde?
Entendo que possa parecer difícil compreender que algo tão banal (o que comemos) influencia tanto as nossas vidas.
Mas sim, a alimentação que fazemos importa. Importa para tudo o que esteja ligado ao nosso corpo.
A alimentação fornece ao nosso corpo a matéria de que ele se constitui, para que se mantenha vivo e em boas funções.
São os nutrientes presentes nos alimentos que são responsáveis pelas reacções bioquímicas que ocorrem no nosso corpo. Também podemos dizer praticamente o contrário, é a ausência de nutrientes e presença de aditivos em produtos que comemos que são responsáveis para que certas e fundamentais reacções bioquímicas passem a ocorrer menos ou de forma errada.
Com a informação que temos hoje disponível sabemos ainda mais desta relação e como a individualidade bioquímica, já que cada pessoa é única, deve ser tida em conta para a sua saúde plena. É por isso que alguns alimentos mesmo sendo considerados saudáveis podem não o ser para determinadas pessoas.
O facto de sermos parte de uma geração que comeu açúcar e outros vários alimentos e não adoeceu no momento é algo sobre o qual não podemos dizer que ” não fez mal”. Revela algum desconhecimento, já que muitas ou a maioria das doenças provocadas por uma má alimentação e mau estilo de vida apenas se manifestam muitos e muitos anos depois desse comportamento abusivo. O inverso também acontece, muitas doenças podem ser tratadas com a aquisição de hábitos alimentares e um estilo de vida também saudável.
Hoje o cancro tem uma manifestação enorme. Todos conhecemos alguém que tem ou teve cancro.
Sabe-se que a grande maioria dos cancros surgem devido a maus hábitos de vida. Mas há outras doenças para lá do cancro que derivam ou são potenciados por hábitos menos saudáveis (doenças cardíacas, depressão, doenças auto-imunes, diabetes, obesidade, artrite, doenças intestinais, alterações hormonais, infertilidade, problemas de , entre outros,…), hábitos esses que muitas vezes vieram da infância.
Não se trata de culpa, apenas de actualizar os nossos conhecimentos e ter a humildade de perceber que hoje o consumo de açúcar e comidas ultra-processadas na casa de muitas pessoas não é excepção, mas regra. Não é fundamentalismo, é a realidade.
E eu não sou fundamentalista, mas temos de ter consciência de que a nossa alimentação sinaliza os genes que determinam a nossa saúde ou a falta ela. E isso começa logo ali na concepção, no início de cada vida.
Prevê-se que as próximas gerações tenham ainda mais problemas de saúde exactamente por já estarem a ser geradas num ambiente de excessos de produtos alimentares e um estilo de vida pouco natural ao ser humano. Não façamos disto um tabu, todos conseguimos observar isso.
A obesidade cresce a passos largos, mesmo entre as crianças, apesar de toda a informação que por aí circula. Todos vemos isso!
A mensagem é só uma: estamos a viver de forma errada e o problema é profundo!
A sociedade está desconectada do que mais importa, viver calmamente ligada às pedras basilares que nos sustentam: cuidar do nosso corpo (criando tempo para cozinhar e movimento) e cuidar das emoções e dos relacionamentos. Mas, para tudo isto é preciso que a sociedade se imponha e exija: TEMPO. Ou é preciso começar a ponderar as prioridades e fazer outro tipo de escolhas, mesmo que inicialmente seja um caminho contra-corrente.
Não adianta correr atrás do futuro, a vida acontece agora. Na minha perspectiva, devemos honrar e viver o presente com sabedoria e saúde para depois chegarmos ao futuro que desejamos, calmamente e nutrindo cada parte do nosso corpo e da nossa vida e das nossas famílias.
Eu, e outros colegas, que usamos alimentos e nutrientes para cuidar de pessoas com problemas de saúde e percebemos o como elas melhoram e curam, temos esta certeza de que a alimentação importa e que ainda está ao nosso alcance usá-la com esse poder.
Também as pessoas que transformam a sua alimentação e estilo de vida sabem também do quanto melhoraram as suas vidas e o poder do alimento.
Deixo aqui as palavras de um professor que muito admiro:
“O alimento adoece. O alimento cura.” Gabriel de Carvalho
Que a nossa comida seja cada vez menos de pacotes e cada vez mais da Terra.
Com amor,
Carla
Desafio 30 dias : FEMININE FLOW
Mais informações em nutricaofeminina@carlafernandes.eu